terça-feira, 18 de outubro de 2016




PARÁBOLA DO ELEFANTE E DOS CEGOS
"A VERDADE E A ARTE ESTÃO NOS OLHOS DO OBSERVADOR"
VERSÃO 1
Uma vez, um rei da Índia do Norte reuniu num lugar todos os habitantes cegos da cidade.
Em seguida fez passar um elefante diante deles.
Deixou que uns tocassem na cabeça, e disse:
«Um elefante é assim».
Outros puderam tocar na orelha ou na presa, na tromba, nas costas, na perna, no traseiro,
nos pelos da cauda.
Depois disso, o rei perguntou a cada um deles: «Como é um elefante?».
E, conforme a parte que tivessem tocado, respondiam:
«É como uma cesta trançada...»,
«é como um vaso...»,
«é como o cabo de um arado...»,
«é como um depósito...»,
«é como uma coluna...»,
«é como um morteiro...»,
«é como uma escova...».
Então - continua a parábola – começaram a discutir, aos berros:
«O elefante é assim», «não, é assim»,
se atiraram uns sobre os outros e trocaram pancadas, para grande divertimento do rei.
VERSÃO 2
Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão,
eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era.
Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele Os cegos não sabiam o que era um
elefante e quiseram conhecê-lo.
Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:
Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar:
— Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pêlos!
— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!
— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!
— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.
— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.
— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.
E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante.
O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar,
com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar,
cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta.
Bem, um não participou da briga,
porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia
ganhar com aquilo.
A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça,
a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e,
por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho.
E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.
Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados,
ele estava vendo e sabia como era o elefante.
Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira,
mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.
Morais da história:
Em terra de cego, quem tem um olho anda vendo coisas.
Quando algo é percebido como verdade, o que é diferente parece mentira.
Problemas comuns unem.
Se você for falar sobre um bicho para uma pessoa que nunca viu um, melhor fazer com que ela o veja primeiro.


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